Alice foi andando em seu cavalo sem se importar com a
distancia e também não percebeu que João a ‘perseguia’. Parou em um lugar mais
alto na fazenda e ficou admirando tudo. Respirava profundamente o ar puro.
Desceu de Stan e viu a grama molhada tocar sua bota. Olhou Stan e coçou atrás
das orelhas dele, que adorou isso. Há muito tempo não sentia tanta paz quanto
agora. João, que até então estava distante, foi se aproximando. Por incrível
que pareça nem isso tirou a paz de Alice.
---ta tudo bem
Alice?
---sim, por que?
---tem certeza?
---porque você não
quis me matar por eu estar te perseguindo.
---hoje nem você
vai conseguir tirar meu sossego.
---e qual é o
motivo para você estar assim?
---vamos sentar
ali? –indicou umas pedras e foram até elas.
---vamos
---sabe João, eu
comecei a analisar minha vida enquanto eu vinha cavalgando; eu tenho tudo o que
uma garota pode querer. Eu tenho amigos de verdade, tenho uma família ótima,
gravei meu primeiro CD junto com minha banda, vamos lança-lo oficialmente daqui
há algumas semanas, vamos gravar nosso primeiro vídeo clipe e sair em turnê se
tudo der certo. O que mais eu poderia querer?
---que tal alguém
que realmente te amasse? Ou alguém a qual VOCÊ realmente amasse.
---mas eu gosto do
Taylor.
---você entendeu o
que eu quis dizer. Eu sei que eu tenho esse jeito convencido e auto-suficiente,
mas, às vezes preciso sentir falta de alguém, quero me preocupar com alguém e a
única pessoa que me vem a cabeça é você.
---ok, já pode
parar. Eu disse que você não vai conseguir me abalar. Nem com essas
brincadeiras sem graça e nem com nada!
---não entendo as
mulheres sabia?
---aah é?! E por
que?
---se falamos que
as amamos somos cínicos, se não falamos somos frios. Se ficamos um tempo ao
lado dela estamos querendo alguma coisa. Se não ficamos, temos outra! Se
jogamos indiretas pra elas estamos confusos, se somos diretos deixamos de lado
o romantismo. Se somos muito rápidos, só queremos ficar, se esperamos o
sentimento fluir somos lerdos. Francamente, tem algum ser mais complicado do
que esse?
---João meu querido,
se nem as mulheres se entendem poderia um homem entendê-las?
---você ficaria
atônita se eu te disse isso há alguns meses atrás.
---isso foi até eu
decidir algumas coisas para relacionamentos.
---e o que você
decidiu?
---deixa pra lá.
---Alice, quanto
tempo você ainda vai levar fazendo esse joguinho comigo?
---que joguinho? Do
que você está falando? – começava a se assustar.
---eu sei que você
me ama.
---você é muito
convencido João! De onde é que você tirou isso?
---eu sinto. Você
desvia o olhar quando nossos olhos se encontram, você evita ficar perto de mim
sozinha, você não reagiu ontem hora que eu te peguei no colo pra te jogar na
água e você ficou com ciúmes de me ver falando com a Júlia!
---garoto, se
enxerga! Você acha que eu iria querer alguma coisa com você?
---quer sim!
---aah éh? E o que?
João levantou, ficou de costas pra elas, respirou fundo e
disse:
---talvez seja a
ultima vez.
Virou-se para ela, pegou as mãos dela e sentiu que ela
perdeu as forças. Encaixou sua mão na cabeça dela e ficou a admirando por algum
tempo, tomou coragem e a beijou.
Foi um beijo longo e triste. João sabia que depois disso
provavelmente Alice nunca mais o olharia nos olhos e talvez nem o visse mais.
ele não estava sendo mesquinho, mas estava agindo com o coração. Separam o
beijo e Alice disse:
---nunca mais faça
isso.
---desculpa, eu...–
Alice colocou os dedos na boca de João impedindo que ele terminasse.
---nunca mais seja
convencido a ponto de me machucar, assim não teremos mais que brigar. Sim, eu
gosto de você seu tonto convencido!
João começou a gritar e pular. Beijaram-se mais algumas
vezes até que Alice voltou a realidade e disse:
---só peço que me
de um tempo pra que eu termine com o Tay.
---esse tempo seria
mais ou menos quantas horas?
---depois da
gravação do vídeo clipe.
---mas isso vai
levar uma semana!
---João entenda, se
eu terminar com ele agora não haverá gravação de clipe nenhum. Do pouco que eu
conheço ele, ele faria o maior rebuliço e atrapalharia tudo. Só peço que
espere. Você sabe que eu amo você e não a ele! Por mais que seja difícil
admitir isso: eu te amo! Seu caipira;
Beijaram-se novamente e se abraçaram. Ambos sabiam que não
seria nada fácil ficar separados por tanto tempo, já que a maratona de show
iria começar. Voltaram para a fazenda porque o sol já estava começando a
incomodar Alice. Deveria ser mais ou menos oito horas da manhã. Voltaram
vagarosamente para aproveitarem cada instante. Sorriam bobos e seus olhos
brilhavam. Quando estavam quase chegando João falou:
---você vai contar
pra alguém?
---só pra Júlia. Eu
tenho certeza de que ela vai me ajudar.
---agradece ela por
mim.
---agradecer pelo
que?
---ela vai saber.
Daí você pede pra ela contar porque é.
---só contarei tudo
pra Júlia e pra mais ninguém. Nem pro Zac, nem pro Ike, muito menos pra Carol e
pro Tay. João, cuidado com a Carol. Não sei do que aquela menina é capaz.
---quando a gente
vai se ver novamente?
---hoje à noite,
depois que todos forem dormir.
---onde?
---no meu quarto.
Eu sei que você vai se comportar néeh!
---tudo bem, mas,
não seria melhor se nos encontrássemos acidentalmente na cozinha? Em qualquer
um dos quartos ficaria meio suspeito não acha? A menos que fosse no quarto da
Júlia.
---é melhor na
cozinha mesmo. Se cuida hein caipira e vê se não vai aprontar no nosso almoço
hoje hein.
---que almoço?
---aah eu não te
contei. Nós vamos almoçar lá na cachoeira hoje. Mas dessa vez vou chamar todo
mundo pra ir. Ai a noite faremos uma fogueira e vamos tocar violão. Segunda já
começaremos a gravar o clipe.
---nossa que boa
idéia.
---o Ike vai
adorar.
---ele parece ser
bem legal.
---e ele é. E
também é meu melhor amigo. Mas não precisa ficar com ciúmes não taah?!
Alice entrou na casa enquanto João tratava dos animais.
Joana a esperava. Como era domingo todos estavam aproveitando pra dormir até
mais tarde.
---já está melhor
Alice?
---estou sim. –
estava radiante.
---aconteceu alguma
coisa?
---não por que?
---porque você está
feliz e animada. Bem diferente de quando saiu daqui.
---essa fazenda me
faz muito bem. Eu já estava me esquecendo de como esse lugar é mágico!
---eu lembro bem
dessa magia. Hoje ela tem 17 anos e olhos verdes e é mais conhecida como...
–João chegou à cozinha interrompendo a mãe.
---bom dia mãe, bom
dia Alice.
---bom dia filho.
---bom dia João.
Er, eu acho que eu vou subir. Vou tomar um banho e acordar a Júlia.
---deixa ela dormir
menina.
---aah não Joana, eu
vou acordar ela.
---depois do banho
você desce para tomar café?
---sim.
João estava tímido, mas seu olhar estava distante. Talvez
relembrando o que havia acontecido ou imaginando o futuro.
Alice tomou um banho rápido. Enquanto penteava seu cabelo
sorria toda boba. Foi quando, por sua cabeça, lembranças vieram. Começou a se
recordar da ultima vez que ficou com João. Foi tudo perfeito no começo, mas,
ele deu um jeito de estragar tudo. Será que dessa vez seria diferente? Ou será
que ela iria cair na lábia dele novamente? Ela sabia que já estava sendo infiel
com a promessa de nunca mais amar ninguém, essa era a condição para ficar com
alguém. Resolveu que seria uma segunda chance para João provar que realmente a
merecia. Se ele não gostasse dela realmente por que motivo iria assumir que
estava errado e ir tentar se acertar com ela? Só os dias diriam se estava certa
ou errada a respeito da atitude de João.
Quando saiu do quarto da era quase nove horas da manhã.
Chegou à porta do quarto de Júlia e viu que seu pai já tinha levantado. Deu bom
dia para ele, que em seguida foi tomar café. Entrou sem bater. Júlia dormia
serenamente. Então, Alice, com seu jeito de moleca, começou chamar Júlia, Mas
ela não acordou. Começou a chacoalhar Júlia para que ela acordasse e nada!
---meu Deus, como
essa menina dorme.
Alice gritou e Júlia acordou assustada. Quando viu que Alice
estava sentada na cama ao seu lado e sorrindo, ainda meio dormindo disse:
---se você veio
aqui pra me acordar à toa eu vou te matar. É bom ter um excelente motivo pra
ter me acordado.
---bom dia pra você
também Julinha. Estou super feliz também. Adoro seu bom humor matinal.
---anda logo, fala
que eu quero dormir.
---sai dessa cama
menina, já é mais de nove horas.
---fala logo Alice.
Que é que você aprontou dessa vez? – disse sentando-se na cama.
---aah,
primeiramente o João me mandou te falar obrigado.
---obrigado? Pelo
que?
---ele disse que
você saberia.
---bom, ou ele fez
algo ou ainda irá fazer.
---e o que seria esse
algo?
---não sei. –disse
com cara de quem omitia a verdade.
---não vai me
contar?
---o que você ia me
contar Alice?
---eu pedi
primeiro!
---anda, fala logo,
to curiosa.
---respira que a
coisa é forte.
---aconteceu alguma
coisa grave? A Carol cai da escada e não vai mais participar da banda?
---você ta doida
menina? Por mais que eu não vá com a cara dela também não vou desejar mal a ela
néeh!
Enquanto Alice falava isso Júlia prestava atenção meio que
premeditando o que havia acontecido entre ela e João. Não se deram conta de que
Carol havia saído do quarto e estava na porta, que Alice deixou entre aberta,
escutando a conversa.
---agora para de me
enrolar e me conta a novidade.
---eu sai andar a
cavalo hoje cedo. Não consegui dormir direito a noite e resolvi sair passear
para espairecer.
---você me acordou
pra contar que foi andar de cavalo? Francamente hein?!
---nossa que boa
amiga você é. Se você fosse minha amiga de verdade eu poderia te ligar as três
horas da madrugada que você iria me atender. – fez cara de magoada e as duas
riram. Carol viu que a conversa não levaria a nada comprometedor sobre Alice e
ia saindo da porta quando, de repente, voltou. – enfim, eu vim aqui te contar
que eu não fui sozinha no meio passeio matinal.
---como assim? Vai
me dizer que o... te acompanhou?!
---sim. O João foi
comigo.
---to chocada!
---eu também
fiquei. Mas eu estava tão feliz que disse pra ele que nem ele iria estragar meu
dia. Ele resolveu então conversar serio comigo. Confesso que no principio
estava achando que ele só queria me infernizar mesmo,mas, ele falava sobre
coisas profundas, até que...
---ate que?!
---ate que ele
disse que me ama. – Júlia ficou boquiaberta.
---ele tomou
coragem!
---coragem de que?
---er, eu sei que
você vai querer me matar depois que eu te contar, mas fui eu que dei um
empurrãozinho pra que ele fosse falar com você. Eu não achei justo vocês
estarem tão perto e tão separados. Eu disse pra ele não perder muito tempo.
---por isso que ele
mandou eu te agradecer?
---foi sim. Eu acho
pelo menos. Mas, prossiga.
---então Júlia,
você é a única pessoa que sabe que nós dois nos beijamos depois disso.
---e o Tay, como
fica nessa historia?
---então, eu vou
terminar com ele antes de irmos embora daqui.
---e você vai
conseguir segurar esse seu amor em segredo até lá?
---eu mantive até
hoje. Não vai ser difícil fazer isso, uma vez que só ele, você e eu sabemos
disso. E eu acho que a Joana está desconfiada. Ela sempre descobre tudo, mas,
mesmo que descobrir que estamos juntos não vai contar nada pra ninguém.
---e eu também não
contarei nada. Alias, se precisarem de alguma coisa estou aqui taah?!
---obrigada amiga.
Eu não sei o que seria de mim sem você. – as duas se abraçaram.
Ainda abraçadas ouviram barulhos na escada. Alice se
assustou:
---será que alguém
escutou nossa conversa?
---eu acho que não.
Do jeito que deviam estar cansados de ontem vão dormir até meio dia!
---não sei. Esses
passos surgiram do nada.
---relaxa amiga.
Ninguém vai ficar sabendo de nada.
Alice ficou atordoada com os passos. Será que alguém estaria
escutando a conversa delas? Era um risco que teria que correr.
Desceu para ir tomar café junto com Júlia. Quando chegaram
lá apenas Carol estava acordada. Elas se entreolharam novamente.
Carol parecia normal. Fria e sem graça como sempre. Tudo
normal, até que Carol deu bom dia para elas!
---bom dia meninas.
---bom dia Carol -
responderam juntas.
Nenhuma palavra foi trocada entre elas durante o café, mas
já dava para se sentir o clima de tensão no ar. Alice teve certeza de que Carol
era quem estava atrás da porta. Carol havia ouvido a conversa com Júlia, só não
podia dizer qual parte ela havia ouvido.
Carol foi a primeira a terminar o café da manha. Dirigiu-se
para a varanda e lá ficou sentada pensando em tudo que havia ouvido e ligando
os fatos.
Era obvio que João e Alice se gostavam desde pequenos. Eles
cresceram juntos. Só então entendeu por que Alice não reagiu quando João a
pegou no colo. Entendeu porque João falava das brincadeiras com Alice como se
falasse com o coração e não com a boca! Só não conseguia entender porque Alice
aceitou namorar Taylor mesmo gostando de João. Parecia um quebra cabeças e a
única peça que faltava encaixar era o namoro com Taylor gostando de João!
Carol agora tinha uma carta na manga. Se bem usada traria
ótimos resultados, caso contrário, seria apenas uma novidade inútil. Com
certeza Taylor acreditaria na versão da ‘amada’. Ela ainda não tinha moral pra
tentar desmascarar alguém. A única coisa que poderia fazer era se aproximar de
Taylor e recuperar a confiança dele. Depois disso tudo ficaria muito mais
fácil.
Carol só não pensara que seria muito mais fácil do que ela
imaginara. Alice começou a evitar ficar perto de Taylor. Pelo menos fez isso a
manha inteira. Antes de irem almoçar na cachoeira ela falou com ele apenas
quando ele acordou.
Todos prontos partiram para a cachoeira. Foram andando
mesmo, salvo João que foi a cavalo e levou Júlia com ele. Taylor e Alice vinham
bem atrás de todo mundo. Alice não falava nada e Taylor já estava impaciente
com o silencio.
---me fala o que aconteceu.
---não aconteceu
nada Taylor.
---então porque
você nem está falando comigo?
---você está vendo
coisa onde não tem.
---será mesmo que
não tem?
---é claro que não.
---então porque eu
tenho impressão de que o caipira tem muito mais liberdade com você do que eu?
---a gente vai
começar tudo outra vez? Já não disse que o João é um irmão pra mim?
---então me prova.
---o que eu preciso
fazer pra provar?
---me beija.
---o que? – disse
ela surpresa.
---éeh nós não
somos namorados? Namorados se beijam.
---não na frente
dos pais.
---se o problema é
esse a gente espera.
---Taylor para de
ser criança.
---será que a
criança sou eu mesmo?
---fico feliz de
saber que você confia em mim! – e quem era ela pra falar de confiança? No fundo
sabia que não seria nada fácil enrolar Taylor uma semana.
---eu confio em você. Só quero uma prova
de que você não está mentindo pra mim.
---quem ama de
verdade não impõe condições.
---mas quem não tem
certeza sim.
---eu não vou
deixar você estragar meu dia. Acordei super feliz e disse que hoje ninguém
estragaria meu dia! Isso inclui você. NINGUEM! Sacou?
---tudo bem. Vai
lá. Se divirta e esqueça do seu namorado aqui. Só que depois não vá reclamar
que não te dou atenção.
---Taylor para de
se fazer de vitima. E se você quer aproveitar pra se jogar nos braços da Carol
vai. Aproveita. Contanto que você não me encha o saco, faça o que quiser.
---você está
dizendo que se eu me jogasse nos braços da Carol você não faria nada?
---será que dá pra
parar com tanta pergunta? Você está me irritando.
---responde Alice.
– disse pegando no braço dela e apertando.
---me solta seu
bruto.
---responde
primeiro.
---se você não me
soltar agora você vai ter um bom motivo pra não falar comigo, só que pelo resto
da vida. – disse olhando furiosa para Taylor.
---porque você ta
com medo de responder?
---se você não me
soltar agora eu vou gritar. Você está me machucando!
Taylor a soltou e saiu da onda de raiva que tomou conta de
seu ser.
---desculpa Alice.
Eu não dormi bem. Estou estressado e ansioso e por isso fico assim. Desculpa. –
mentira! – eu não quis te machucar.
---me machucou de
duas formas!
---desculpa.
Prometo tentar me controlar.
---bom mesmo. Hoje
é um almoço em família e amigos. Vê se não vai estragar tudo viu!
---pode deixar. É
só nervosismo.
---todos estamos
ansiosos e nem por isso saímos por ai agredindo as pessoas!
---já pedi
desculpas.
---tudo bem. Vamos,
senão quando chegarmos lá já terão comido tudo.
Andaram um pouco mais rápido e se juntaram ao grupo que ia à
frente. Todos iam dando risada e Joana decidiu provocar:
---que é que o
casalzinho estava fazendo tão distante de nós?
---Joana! – disse
Alice fingindo estar ofendida.
---é que vocês
andam muito rápido e nós não queríamos nos cansar!
---fala a verdade
Tay! É que o Tay ficou passando protetor e daí quando vimos vocês já tinham
saído. – e de fato era verdade. Taylor não podia se queimar!
Almoçaram e depois de um tempo entraram na água. João
improvisou um ‘trocador’ perto da cachoeira para que tudo ficasse mais
tranqüilo. Júlia foi a primeira a se trocar. Pôs um biquíni azul lindo e quando
saiu do ‘trocador’ Alice começou a zoar, fazendo-a ficar vermelha.
---nossa desse
jeito você vai roubar meu coração gata!
---sai dessa!
---ta se fazendo de
difícil só porque tem gente nos observando néeh?!
---cala boca Alice.
–deu uma gargalhada – Vão nos descobrir assim.
---desculpa,
esqueci que era pra ficar em segredo.
Todos olhavam e riam. Não estavam acostumados a vê-las
fazendo isso. Alice e Júlia estavam muito alegres ultimamente. Quando Júlia
saiu Zac a olhou e ficou boquiaberto. Sabia que ela era bonita, mas não
imaginava o quanto! Sentiu seu coração batendo acelerado e por alguns instantes
parecia que a cena ocorria em câmera lenta. Só foi sair do transe quando Alice
começou a zoar a amiga. Ele adorava ver a sinceridade das conversas das duas.
Era hilário ver como elas se ‘provocavam’ e não brigavam. Elas eram realmente
amigas.
Alice foi arrastando todos ao trocador, já que ninguém
queria ir. Primeiro arrastou Joana, depois Isabel, Sandro, Zac, Ike e por
ultimo João. O trocador ficava um pouco afastado de onde estavam e então João
teve tempo para fazer algo pra ela.
Enquanto Alice o arrastava para o trocador, e que ele fingia
não querer ir, todos riam e aos poucos foram entrando na água. Taylor e Carol
conversavam e estavam distraídos. Taylor, por mais ciúme que sentisse de ver
Alice junto com João preferiu confiar em Alice, já Carol, esta não perdia um
segundo sequer. Enquanto Tay estava bravo com Alice ela o consolava. Queria apenas
ser “amiga” de Tay!
Alice já estava soltando o braço de João quando este a puxou
pra dentro do trocador e deu um beijo nela. Alice ficou vermelha e disse:
---João alguém pode
nos descobrir.
---eu não podia
mais esperar. Acho que eu não agüentaria mais esperar!
---se comporta
João. Se troca logo pra entrarmos na
água.
Alice saiu depois que João se trocou e chegou lá perto de
onde todos estavam falou:
---vamos todos pra
água? – até aquele momento ninguém havia entrado.
---vamos lá Joãozinho.
– disse Júlia provocando.
---forçou a barra
agora hein Júlia?! Joãozinho?!
---taah, foi mal.
Vamos pra água então?
---vamos.
Júlia cochichou alguma coisa no ouvido de João e em seguida
eles se afastaram. Na água não havia ninguém, mas estavam todos perto da
beirada do rio. De repente, todos gritaram e ouviram o barulho dos corpos de
João e Júlia se chocando na água e viram a água voando na direção deles.
Resultado: todo mundo molhado! Júlia e João se aproximaram e bateram as mãos
como se tivessem sido vitoriosos.
Alice foi conversar com Taylor antes de ir se trocar:
---hoje você vai
entrar na água néeh?!
---vou sim. Vou me
trocar daqui a pouco.
---ok. Vou indo me
trocar porque essa água está convidativa.
Alice saiu e foi até o trocador. Não percebeu nada de
diferente entre Tay e ela. Pelo menos ele não havia demonstrado nada. Percebeu
que ele estava conversando com Carol alem do normal, mas ficou apenas em
conversas perto de todos, então, certamente, Carol não estava planejando nada!
Alice se trocou rapidinho e correu para a água. Carol entrou
na água em seguida e Tay foi se trocar. Estavam brincando de toquinho com a
bola de vôlei quando viram Taylor chegando. O riso foi geral: Tay estava com
uma camisa amarela estilo havaiano, um short preto, chapéu na cabeça, óculos
escuros e chinelos confortáveis. Estava muito engraçado! Todos riam e Alice se
segurava para não rir também, embora deixasse escapar alguma coisa em alguns
momentos.
---vem pra água
Tay. – disse ela mordendo a bochecha pra não rir
---já vou. Primeiro
vou passar meu protetor solar.
---Tay, ta sombra
aqui! Olha o tanto de arvores aqui em volta!
---mas não custa
nada se proteger.
---tudo bem então.
Taylor ainda demorou um monte pra terminar de se arrumar e
finalmente entrar na água. Fez charme até não aguentar mais:
---essa água ta
fria.
---se liga cara,
entra logo. – disse Zac impaciente ao ver as frescuras de Taylor que estava
apenas com o pé na água.
---mas é serio. Não
sei como vocês estão agüentando ai nessa água fria.
---se você fosse
menos fresco já estaria aqui dentro Tay! – disse Júlia sarcasticamente! Alice
saiu da água sem que ninguém percebesse. Aproximou-se de Tay, que também não
percebeu. Júlia nesse momento virou-se e a viu mas Alice fez sinal para que
Júlia ficasse quieta. Percebendo o plano de Alice, Júlia resolveu ajudar:
---entra Tay. Você
vai gostar.
Antes que ele tivesse tempo pra responder Alice deu um
senhor empurrão em Tay e ele caiu igual uma barata tonta na água. Deu um grito
quando se molhou. A água de fato estava gostosa! Todos se assustaram ao o ver
caindo na água. Alice pulou logo em seguida.
---a água ta boa ou
não, boneca?!
---não se esqueça
de que a boneca aqui é o seu namorado! – disse Taylor com sarcasmo na voz.
Zac percebendo que o clima ia esquentar (para pior)
interveio:
---vem brincar aqui
com a gente Tay.
---vamos então. –
se virou e foi junto ao grupo que estava brincando. Alice se posicionou ao lado
de Júlia e de frente para Carol, que a olhava com olhos de cigana.
Ficaram brincando na água por um bom tempo. Carol foi a
primeira que saiu e foi deitar-se em uma pedra. Todos ficaram olhando sem
entender nada até que Júlia resolveu perguntar o que ela estava fazendo;
---ta tudo bem
Carol?
---sim por que?
---é que você saiu
da água do nada e foi se deitar em uma pedra.
---eu vou
aproveitar o sol pra pegar uma corzinha. Do jeito que estou, se eu colocar uma
roupa branca, nem dará pra me ver. – olhou provocando Alice.
---ok então. –não
pararam o jogo enquanto as duas conversavam. Júlia olhou para Zac, que havia
dado um toque errado na bola, e falou:
---nossa Zac, você
está jogando igual à Alice!
Um silencio tomou conta do lugar e Júlia sentiu sua face
ardendo:
---Alice sua
cachorra.
---posso não dar os
melhores toques, mas que eu tenho uma boa pontaria você não pode negar! – todos
começaram a rir da cara que Júlia fez. Alice jogou a bola de leve em Júlia, mas
foi o suficiente para ficar vermelho onde a bola pegou.
---valeu Alice. –
disse Zac sabendo que seria metralhado por um olhar de Júlia.
---eu vou ensinar
você a jogar; é assim ó – chegou perto dele e foi ‘ensinando’ ele a jogar. Ele,
como vocês podem imaginar, prestou atenção em tudo.
Taylor passou o resto da tarde quieto. Depois de um bom
tempo na água só ficaram Alice, Júlia, Zac e João. Os outros haviam saído,
Isabel, Sandro, Sebastião e Joana já estavam na casa há um bom tempo.
Carol cansou de ficar na pedra e decidiu voltar pra casa
também. Taylor, muito cavalheiro, decidiu acompanhá-la. Sua cara não era das
melhores. Precisava desabafar com alguém, que não fosse Zac.
Alice, Júlia e João apenas observaram.
---gente eu acho
que vou voltar lá pra casa. Já ta ficando tarde. Acredito eu que já seja mais
ou menos umas quatro da tarde?! – disse Carol.
Taylor, com a desculpa de olhar no relógio, que estava junto
com sua roupa, saiu da água.
---minha nossa, já
são quase seis horas da tarde.
---você deve ta
vendo errado Tay. O povo saiu daqui eram mais ou menos duas da tarde e não faz
tanto tempo assim.
---se não acreditam
venham ver. Acho que eu também vou voltar lá pra casa com a Carol. Vamos?
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