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terça-feira, 27 de abril de 2010

SEXTO CAPÍTULO- Parte 1


Alice escutou a porta abrir.
  ---Bom dia querida, não vai levantar? – Era Sandro que veio ver se Alice iria pra escola.
  ---Bom dia pai, vou sim. Só vou me arrumar e já desço.
  ---Vou te esperar então.

Depois de meia hora ela desceu pronta pra ir ao colégio.
  ---To atrasada. Tenho que ir pai. A gente se fala depois?
  ---Almoçamos juntos, pode ser?
  ---Por mim tudo bem.

Saiu e foi em direção ao carro. Assim que chegou à escola foi ao encontro de Júlia.
  ---Bom dia, achei que você não vinha pro colégio hoje – disse Júlia
  ---Eu acabei me atrasando. Acho que viajei muito a noite – respondeu Alice
  ---Como assim viajou?
  ---eu sonhei com a Luna.
  ---e o que acontecia no sonho?
  ---Ela conversava comigo por meio de códigos. Não entendi muito bem o que ela queria me dizer.
  ---Nossa que estranho. É a primeira vez que você sonha com ela desde que tudo aconteceu?
  ---Sim, é a primeira vez.
  ---Não deve ser nada, relaxa que tudo não passará de um sonho. Vamos pra sala que o sinal já bateu.
  ---Vamos mesmo antes que a inspetora chegue e nos veja.

Entraram na sala e assistiram as aulas. Na hora de irem embora, foram conversando sobre uma possível ida de Júlia a casa de Alice.
  ---Deixe-me ir Júlia, combinei de almoçar com meu pai. Ele já deve estar chegando pra me pegar. Até depois.
Nisso o carro de Sandro estaciona.
  ---Vamos filha.
  ---Vamos pai.
Sandro vendou os olhos de Alice e disse que seria uma surpresa pra ela.
Dirigiram-se ao local onde almoçariam. Quando lá chegaram ele retirou a venda dos olhos de Alice e ela simplesmente sorriu.
  ---não gostou da surpresa? Indagou ele.
  ---gostei sim pai, é que esse lugar me lembra das vezes em que a Luna e eu viemos aqui. Disse ela com certa tristeza na voz.
  ---mas foi aqui também que você passou muitos momentos bons com sua família.
  ---sem duvida.
  ---então coloca um sorriso nesse rosto e vem aqui pra gente arrumar um lugar para realizarmos nosso piquenique.
  ---que tal se ficarmos de baixo daquela arvore ali? Apontou para uma enorme arvore que ficava perto do lago.
  ---ótima escolha.

Sandro levou Alice para um bosque em uma parte bem afastada da cidade. Foi nesse bosque que ela e Luna se conheceram e se tornaram grandes amigas. Era um lugar com muitas arvores e um lago gigantesco no meio. Os pássaros cantavam o dia inteiro. Sandro arrumou as coisas enquanto Alice passeava pelo bosque. Ela já estava quase do outro lado do lago quando foi chamada para voltar e almoçar.
  ---o que temos de almoço? Perguntou Alice
  ---temos pão com presunto e queijo.
  ---o que? Eu vou almoçar isso? Disse Alice com tom do riso.
  ---sim senhorita. Eu quis fazer tudo à moda antiga.
  ---realmente. Minha dieta vai por água abaixo então. Me passa o pão?
Sandro riu da cara que Alice fez ao pedir o pão. Fez um lanche para ela e outro para Sandro e começaram a comer.

Terminaram de comer e Sandro disse:
  ---eu vou guardar as coisas no carro daí nós damos mais uma volta e voltamos pra casa pode ser? Eu  tenho uma surpresa pra você.
  ---pode sim. Que surpresa?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

QUINTO CAPÍTULO


Alice sonhou com Luna. No sonho Luna lhe dizia para não se deixar iludir pelas aparências. Aconteceu mais ou menos assim:
Alice estava correndo por um lugar verde, cheio de flores e muitos pássaros. Corria por diversão. Certa hora parou e nesse instante Luna chegou e se sentou ao seu lado.
  ---Luna, é você mesma?
  ---sim Alice, sou eu.
Alice a abraçou fortemente e disse:
  ---eu queria ter a oportunidade de te agradecer pelo que você fez por mim. Eu não sei se conseguiria fazer o mesmo por você.
  ---Alice, você precisa aprender quatro coisas que serão essenciais para toda a sua vida. Primeiro: difícil não é dar a vida por um amigo. Difícil é ter um amigo por quem valha a pena dar a vida. Eu só dei minha vida por você porque sabia que estava fazendo a coisa certa. Você sempre foi minha melhor amiga. Segundo: quando achamos que já não há mais forças para continuar, quando tudo parece acabar, devemos procurar dentro de nós mesmos a resposta, a luz para nos guiar na escuridão. Você encontrou na música essa luz. Fiquei muito feliz por você. E a principio, sua voz é linda e você está tocando muito bem. Terceiro: a amizade é o sentimento mais profundo e bonito que cerca os seres humanos. Confie em seus amigos. Não tenho medo de correr riscos por eles, desde que valha a pena. Só seu coração e o tempo poderão te dizer se vale ou não a pena. Quarto: não se deixei iludir pelas aparências. Uma hora ou outra você se machucará. Quando descobrir a realidade da ilusão, sofrerá muito. Tome cuidado com os que estão ao seu redor.
Antes que Alice perguntasse o que ela queria dizer com tudo aquilo, Luna soltou sua mão. Alice a viu desaparecer no ar. Foi andando por entre as flores e desapareceu aos poucos.
Nesse momento Alice acordou muito assustada. Começou a se perguntar o que Luna queria dizer com aquelas quatro coisas.
  ---Será que ela está tentando me avisar alguma coisa? Eu ainda não tinha sonhado com ela desde que ela morreu.
Desde o acontecido naquela madrugada, Alice não mais dormir. Passou o resto da noite rolando de um lado para o outro na cama. Começou a relembrar de tudo o que as duas haviam passado juntas. Isso de certa forma a torturava. Depois de tudo o que haviam passado juntas, o que Luna iria querer com ela? Será que algo aconteceria e ela ficaria cega a ponto de não perceber mais nada? Essas perguntas rondavam sua mente.
O dia amanheceu e quando se levantou, dirigiu-se ao banheiro para escovar os dentes e lavar o rosto e teve um grande susto.

domingo, 11 de abril de 2010

QUARTO CAPÍTULO

  ---O seu professor de musica é o Zachary certo? Diz Alice
  ---Sim, é ele sim por quê? Não vai me dizer que...
  ---Não, não. Não ele! Sabe o Taylor, meu professor? Então, acho que estou gostando dele. Ao dizer isso, Alice ficou vermelha.
  ---Nossa véey, choquei!
  ---Eu sei, eu não tenho nenhuma chance com ele, mas sei lá, quando ele conversa comigo eu fico toda arrepiada. Quando ele canta então eu acho que quase desmaio.
  ---realmente, ele tem uma voz bonita.
  ---bonita nada, perfeita.
  ---E eu tenho tido tantos problemas pra aprender as musicas. Alice disse isso com uma cara meio suspeita.
  ---Há safadinha você hein.              
  ---Sei lá, foi tudo muito estranho.
  ---Conta como aconteceu?!
  ---Bom no primeiro dia de aula tudo normal. Eu estava meio nervosa ou ansiosa não sei ao certo e ele foi super simpático comigo. Na segunda aula eu comecei a prestar atenção nele. Ele começou a se “liberar” e começou a brincar comigo. Eu adorei a idéia. Eu acho que comecei a prestar atenção na forma como eu estava a olhar para ele. Eu não mais o via como um simples professor. Ele já estava se tornando um amigo. Ele me chamou pra conversar. (segue o diálogo abaixo)
  ---Alice, podemos conversar? Nossa aula já acabou mesmo então.
  ---Claro que podemos Taylor.
  ---Pode parecer meio desconfortável o que eu vou dizer agora, mas acho que para que possamos ser amigos precisamos esclarecer algumas coisas. Eu não me sinto confortável em conversar com você sabendo da sua história; se você pudesse esclarecer essa história acho que poderíamos nos tornar realmente amigos. Claro, se não for muito evasivo para você.
  ---Muito confortável não é, mas eu prefiro que você saiba da verdade e talvez você até possa me ajudar. Contei tudo o que havia acontecido. Ele parecia que me entendia. Acho que isso mexeu comigo, porque até então as pessoas se espantavam com o fato.
  ---Ele parece ser gente boa.
  ---Ele será o meu primeiro amor, mas isso é segredo viu Júlia?!
  ---Pode ter certeza de que tudo o que você me disse morreu aqui.
As duas terminaram sua tarde no shopping e voltaram para suas casas. Alice ligou o computador e entrou na internet. Já havia até se esquecido de como era bom isso. Em seu plano de fundo, Luna e ela em uma de suas idas à praia. Pela primeira vez não sentiu mais seu coração apertado, sentiu apenas saudade, mas já não estava tão mal quanto antes de conhecer a música. Ficou algum tempo no computador e depois desceu para o jantar. Sua mãe ainda não havia voltado da reunião quando ela perguntou:
  ---Pai, cadê a mamãe? Ela saiu do shopping às pressas dizendo que tinha uma reunião, mas que voltaria para o jantar. Pelo visto aconteceu alguma coisa
  ---Na verdade ela já veio em casa, mas precisou viajar pros EUA novamente. Sinto muito querida.
  ---Ela poderia ter pelo menos avisado né?
  ---Não deu tempo meu amor, foi tudo muito rápido.
  ---Nem sei por que estou me importando com isso agora. Sempre fiquei sozinha. Agora que tenho sempre você ao meu lado não posso mais reclamar. É uma pena que ela não esteja aqui. Papai, eu posso trazer a Júlia aqui em casa amanha?
  ---Claro que pode meu amor.

Jantaram e Alice subiu para seu quarto e telefonou imediatamente para a amiga.
  ---Júlia amanha você pode vim aqui em casa para conversarmos?
  ---Posso sim. Depois da escola?
  ---Pra mim está tudo ok. Combinando então. Tenho que sair.
  --- Então tudo bem.

Alice ficou mais um tempo acordada fazendo suas lições de casa e foi dormir. Teve um sonho que a deixou intrigada.

domingo, 4 de abril de 2010

TERCEIRO CAPÍTULO

---Eu pretendo arrumar um sucessor para cuidar da empresa nos EUA para que eu possa passar mais tempo em casa.
---jura papai?
---sim minha gatinha. Eu quero ficar mais tempo perto de você, ainda mais agora que você me contou que quer ser musicista.
---Então, assim sendo, você vai me ajudar a escolher minha guitarra e meu violão?
Seu pai ficou sério de repente deixando-a assustada, daí ele responde:
---Que tal agora?
Ela o abraçou e beijou a bochecha. Alice subiu ao quarto para se arrumar enquanto isso seu pai a esperava no carro. Quando a viu quase não acreditou: estava com uma blusinha pink coladinha, uma calça estilo skatista com seu all star, cabelo solto mas ainda com a maquiagem preta. Desde a morte de Luna o preto tomará conta de sua vida e agora, parece que a música estava trazendo-a de volta à vida.
Saíram e foram até uma loja especializada em instrumentos. Assim que entrou na loja deu de cara com uma guitarra rosa pela qual se apaixonou!
---É aquela ali papai. Apontando para a guitarra.
Compraram a guitarra e ela quis um violão rosa também. Compraram todos os equipamentos necessários para que pudesse “se divertir” com sua guitarra e seu violão e foram dar um passeio no shopping da cidade. Passaram o resto da tarde e quando já estava anoitecendo voltaram para casa.
Fizeram algumas comprinhas esse divertiram muito. Quando chegaram em casa, Alice subiu para seu quarto, tomou um bom banho e se deitou na cama por alguns instantes e começou a se recordar da história que seu pai lhe contara e ria muito.
Depois desceu para jantar com o pai que mal acreditava que a filha estava jantando com ele.

Depois do jantar, Sandro chamou a filha e começou a lhe ensinar algumas posições no braço do violão. Alice aprendia rápido.
Começaram então suas aulas. Alice se tornou uma ótima guitarrista e violonista. Tinha um ouvido muito bom pra música e uma linda voz, que acabava chamando a atenção de todos que a ouviam.
Em certo dia após voltar da aula deparou-se com sua mãe em casa que a recebeu extremamente feliz.
---Alice, quanto tempo não é filha?
Alice não via sua mãe há quase seis meses.
---É verdade mãe. Alice estava de bom humor nesse dia. Sorria o tempo todo.
---Nossa, percebo que você está feliz hoje. Posso saber o motivo?
---Ainda não. Anunciarei no jantar.
---Aproveitando que não fazemos isso há muito tempo, que tal irmos fazer compras?
---Ok então. Vou subir e trocar de roupa.

Partiram em direção ao shopping. Alice, quando chegou ao shopping, avistou Júlia, uma menina que conhecera no local onde fazia suas aulas. Cumprimentaram-se e começaram a conversar. De repente, o celular de Isabel tocou.
---Filha, me perdoa, eu preciso sair. Fique aqui com sua amiga. Andem, conversem, enfim, se divirtam. Voltarei para o jantar para saber da novidade ta?!
---Você tem mesmo que ir mãe?
---Sim, é muito importante.
Alice e Júlia então partiram para a maratona de compras. Alice estava começando a se relacionar novamente com pessoas além de seus empregados e pais. Era algo extraordinário.
Júlia conhecia a historia de Alice e sempre se mostrou compreensiva;
Depois de comprarem bastante, foram até a lanchonete.
---Alice, aconteceu alguma coisa pra você estar tão feliz assim?
---Júlia, você sabe da minha trágica perda na sabe? Então, desde então não tive muito contato com as pessoas mas eu sinto que somos parecidas. Eu comecei a te considerar uma amiga mais intima e espero poder confiar em você. Posso?
---Claro que pode. Estarei aqui pra tudo o que você precisar. Eu também confio em você, só não falei nada antes porque tinha medo de te “assustar”. O importante é que agora somos amigas. Conta ai a novidade.