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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Capitulo 7 parte 3



João também foi para seu quarto. Sentou em sua cama e começou a se lembrar da cena que acabara de acontecer e sentiu que seu coração ainda estava acelerado. Ele podia sentir o coração de Alice acelerado e o rosto dela começando a ficar vermelho. Ele achou que aquilo comprovaria o que ele sempre suspeitou: ela também o amava. Sim, também, pois ele sempre sentiu um amor um tanto diferente por ela. Perto dela ele vivera os momentos mais felizes de sua vida. Ele a amava e começou a ter certeza de que era correspondido!

No quarto de Alice a mesma coisa. Ela sentada na cama enquanto penteava seus longos cabelos lisos relembrava o acontecido. Sentiu os braços fortes de João a sustentando e sentiu como se seu rosto estivesse pegando fogo!
Alice começou a se recordar das demonstrações do amor que ela sentia por João. Quantas vezes eles ficavam horas nos balanços olhando um para o outro e sorrindo, como bobos?! Alice percebeu um sorriso fascinante em seu rosto. Deitou-se em sua cama, abraçou o travesseiro e assim adormeceu. Foi talvez o melhor sábado de sua vida desde que havia perdido sua amiga Luna.
Alice dormiu como um anjo. Acordou de bom humor, abriu a janela e viu o lindo sol que brilhava lá fora. Tomou um banho e desceu para tomar café da manha. Durante o café da manha ela deu falta de João, mas não perguntou nada a ninguém, afinal, poderiam desconfiar! A manha passou rápido, porém Alice só foi ver João na hora do almoço. Embora tentasse se convencer de que não gostava dele, era tudo em vão. Mas ainda assim ela teria que continuar mantendo sua pose de difícil!
Almoçaram todos juntos, em um almoço delicioso e animado. Alice decidiu dar outra volta pela fazenda, já que iria embora à noite.
Imediatamente após anunciar seu passeio Isabel disse:
  ---João, você se importaria de acompanhar Alice no passeio dela?
  ---mãe?! Alice falou imediatamente, brava com sua mãe.
  ---filha, você quase se perdeu ontem, não queremos que nada te aconteça.
  ---eu não tenho mais cinco anos ta?! Ela ainda sentia uma vontade imensa de voar no pescoço de sua mãe.
  ---eu sei meu amor, mas é que eu fiquei muito preocupada ontem.
Alice virou os olhos em sinal de impaciência. João apenas observava a cena.
  ---eu acompanho você Alice para que sua mãe fique tranqüila.
  ---ótimo, acabei de perder o resto da minha privacidade!!

Isabel até tentou falar alguma coisa, mas Alice saiu antes que ela pudesse começar a falar. Isabel então olhou para João que estava com cara de bocó indicando que ele fosse atrás de Alice.

Até que ele pegou o cavalo Alice já havia sumido de sua vista. Era mais que óbvio que ela tentaria se livrar dele! Como ele pode ser idiota a ponto de pensar o contrario?!  Apressou-se e depois de 15 minutos conseguiu alcança-la.
  ---Onde você pensa que vai mocinha? Ta pensando que é tão fácil assim se livrar de mim? Disse ele em tom provocante. Alice respondeu a altura:
  ---haha! Fácil pode não ser afinal, você parece chiclete, mas não custa nada tentar!! Deu o sorriso mais irônico da sua vida!!!
  ---bom agora então você não precisa mais se preocupar que o seu chiclete preferido chegou! Disse João retribuindo a ironia dela.
Alice ficou sem palavras. Não esperava que ele fosse lhe retribuir a gentileza! Acabou sorrindo da audácia dele de reponde-la dessa forma. Depois de uns 5 minutos João falou (ou provocou. Entendam como quiserem!):
  ---sonhou muito comigo?
 Ao invés de responder, Alice disse:
  --- eu vou ficando por aqui. Quero ficar nessa arvore. Ler meu livro e ouvir minhas musicas! Agora você já pode ir.
  ---você não respondeu minha pergunta. Ele insistia.
  ---você já pode ir, João.
  ---taah ok, você venceu. Não pergunto mais. Alice, você demorou tanto pra voltar aqui pra fazenda. Porque não conversamos?
  ---eu não vou conversar com um caipira convencido!! Foi isso que ela disse, mas ela estava pensando: taah, você é lindo e meu coração ta acelerado. Se eu abrir a boca vou começar a falar merda!
Alice desceu de Stan (seu cavalo) e o deixou em uma outra arvore próxima a que ela ficaria, pois na outra ele ficaria na sombra e ficaria comendo.
Quando ia subir na arvore, percebeu que João estava logo atrás.
  ---será que você não vai me deixar em paz?
Ele apenas sorriu, mas na verdade esse sorriso significava: “NÃO”
  ---contanto que não me atrapalhe...
Alice subiu na arvore, colocou seu livro sobre as pernas, se ajeitou bem e começou a ler. João, por sua vez, sentou-se no chão e começou a jogar pedras na água do rio que passava logo a frente. Aquele barulho começou a incomodar Alice. Chegou uma hora que ela não agüentou mais:
  ---João (disse bem calminha), será que dá pra você parar com essa droga de barulho? Disse quase berrando.
Ele parou com o barulho, mas começou a cantar as musicas que ela mais odiava. Alice pensou:
  ---mas não é possível, é guerra que ele quer? Então ele terá;
Pegou seu Ipod, colocou seus fones de ouvido, ergueu bem o volume e começou a escutar sua musica. Assim que Alice viu que não conseguia parar de escutar ele cantando, que aliás era meio desafinado, fechou seu livro braba e começou a cantar. Fechou os olhos e cantava igual uma louca. Ficaram assim por cerca de meia hora. O sol começou a se esconder e as nuvens escuras que tomaram o céu indicavam que choveria logo. Alice com os olhos ainda fechados cantava, e não escutou que João a pedia que descesse da arvore.
Ele desistiu de falar com ela, retirou os fones de ouvido da orelha dela e a fez descer da arvore. Ela desceu e ele falou:
  ---agora eu vou pegar esse seu Ipod que te deixou surda! Falou brincando.
  ---aé caipira?! Então você vai ter que pegar! Saiu correndo.

Acho que Alice ainda não aprendeu que ela não tem sorte em correr de alguém ou atrás de alguém. Saiu correndo igual uma louca. João sem hesitar a brincadeira/provocação foi correndo atrás dela igual um cabritinho. Quando ele estava quase a alcançando começou a chover. Alice parou por um pouco e disse:
  ---porque você não me avisou? Disse ela sem correr mas ainda distante dele.
  ---e o que você acha que eu tava gritando de lá de baixo? Retrucou - agora me da esse celular pra que isso na aconteça mais.
A chuva começou a engrossar. Alice partiu na corrida outra vez e João foi junto! 
Ele chegou bem perto e segurou o braço dela. Alice virou e seu cabelo meio molhado fez um movimento hipnotizador. Parecia até coisa de cinema. Eles iriam se abraçar, mas ele acabou escorregado e levou o maior tombo. Como ele havia pegado o braço de Alice, ela caiu junto com ele. Pra ser mais exato, ela caiu ao lado dele, como se estivessem se abraçando. Ele se ajoelhou e a puxou para perto dele pronto para fazer o que não tinha conseguido na noite anterior. Levou a mão até os cabelos dela, que já estavam quase encharcados, e se preparou para beijá-la. Um filme se passava na cabeça de Alice, mas ela nem se importou e eles se beijaram apaixonadamente. Foi um beijo longo e lindo!


Eles se separaram. Alice estava sem forças e ele a abraçava. Ela então juntou forças e o empurrou. Começou a andar em direção ao cavalo.
  ---o que foi? Não gostou do meu beijo? Disse João inutilmente, porque ela não respondeu. Ele foi atrás dela novamente. Ele segurou o braço dela novamente e viu que ela mais uma vez perdeu as forças; repetiu a cena. Colocou a mão na nuca dela e a puxou para perto, mas não a beijou. Simplesmente admirou aquele belo corpo e aquele lindo rosto parado, perto do corpo dele, sem forças. Não se conteve e a beijou novamente. Ela se entregou nos braços dele e disse:
  ---não faz mais isso não. Eu fico sem forças quando você me segura assim. Disse com voz doce e apaixonante.
  ---então para de correr de mim. Assume que você gostou. Que eu tenho o melhor beijo que você já provou!
  ---convencido, caipira! Alice ficou nervosa e montou em seu cavalo e partiu para a sede da fazenda. João também voltou, porém sem falar nada em boa parte do caminho. Ainda estava se recuperando do beijo.
João tentou puxar assunto com ela, mas foi cortado, sabia que não deveria ter falado o que falou.
  ---Alice, ta tudo bem?
Silencio! Essa foi a única resposta. Ele só não entendia o porquê, afinal eles haviam se beijado e tinha sido um momento maravilhoso.
  ---João, eu só te peço uma coisa – disse isso quando já faltava bem pouco pra chegarem à fazenda - não brinca com os meus sentimentos porque você pode acabar se machucando! Disse isso e desceu do cavalo e foi para a casa. Só então foi se dar conta da hora que já era. O dia já estava terminando. A chuva havia passado e o sol insistia em brilhar, estava um fim de tarde “amarelado” e estranho. Já passavam das 18h00minh; o resultado de tudo o que aconteceu ela só pode sentir quando subiu para tomar banho.
 Encontrou sua mãe pelo caminho.
  ---ainda bem que vocês chegaram filha. Onde vocês estavam durante essa chuva? Nossa você está toda molhada. Vai tomar um bom banho quente que logo iremos embora. Cadê o João? Isabel parecia louca por ver a filha molhada daquele jeito.
  ---ai mãe quantas perguntas?! O importante é que eu to aqui. To indo pro chuveiro;

Alice saiu com cara de braba e se trancou no quarto. Pegou sua toalha e entrou no banheiro. Enquanto a água quente do chuveiro caia sobre sua cabeça ficou se perguntando como tinha deixado aquele garoto convencido beija-la. Apesar de que teve que admitir que tinha sido o melhor beijo da vida dela! Mas se ela sabia que ele era convencido, porque tinha deixado isso? O que se passou na noite anterior não poderia explicar tudo!
João era um garoto romântico, mas ele sempre estragava tudo com o seu convencimento. Ele sempre tinha que ser o melhor! Em tudo! Isso era uma coisa que Alice simplesmente odiava. Ela achou que como o tempo tinha passado ele teria mudado, mas se enganou terrivelmente!!
Alice saiu do banho muito confusa. Estava com raiva por ter aceitado o beijo, mas ao mesmo tempo estava feliz por ter sido tão intenso e perfeito aquele momento! Estava triste por João ter estragado tudo e de repente ela viu o violão sob a cama. Uma avalanche de recordações desceu sob a cabeça dela! Durante o fim de semana ela até havia se esquecido de Taylor. Jogou-se na cama e agarrou o travesseiro e o apertou com toda a força que tinha. E se perguntava como pode ter se esquecido daquele lindo garoto de olhos azuis e cabelos loiros! Sentou se na cama e jurou pra si mesma:
  ---ninguém nunca mais vai ferir os meus sentimentos desse jeito!

Colocou uma roupa, refez sua maquiagem que tinha ficado toda borrada com a chuva e o banho. Desceu do quarto com os cabelos já secos e com um visual punk total. Olhos pretos beeeeeem pretos. Vestida de uma forma “desleixada”.  Pegou seu violão e sua mala de roupas e colocou tudo perto do sofá. Seus pais já a estavam esperando. Estava quieta demais, quanto a fala, mas não parava de batucar em suas coxas. Percebendo sua impaciência seus pais a chamaram para se despedirem de todos.
Cerca de 20 minutos depois, Sandro e Isabel já estavam no carro e Alice estava colocando suas coisas quando viu João se aproximando pra se despedir. Deu um sorriso incrivelmente irônico e raivoso e olhou para João. Ele ficou sem entender o que se passava com ela. Ela deu uma ultima olhada nele, uma “imagem para se guardar” (digamos assim). Ele estava de calça jeans, botas, chapéu e uma camisa xadrez por dentro da calça. Seus lindos olhos verdes e seu cabelo loiro ficavam super em destaque com o chapéu e a camisa. Ela olhou pra ele com aquela cara estranha por alguns segundos, virou a cara sem dizer nada e entrou no carro. Já se passavam das 19h00minh
Alice colocou seus fones de ouvido e foi escutando algumas musicas da Avril Lavigne e Paramore. Cochilou e quando acordou já estavam chegando à entrada da mansão. O portão já estava abrindo. Sandro entrou e Isabel e Alice saíram do carro. Alice levou apenas seu violão e avisou que não desceria mais. Eram 21h00minh da noite. Enquanto subia as escadas que partiam da sala começou a tocar a musica “He wasn’t-Avril Lavigne”. Abriu a porta de seu quarto, entrou e depois trancou a porta. Deixou seu violão de um lado e foi pegar seu celular. Levou um susto.
  --- dez ligações de Júlia?! Será que aconteceu alguma coisa? Vamos ver então.
Alice ligou para Júlia e teve uma surpresa.