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domingo, 28 de março de 2010

SEGUNDO CAPITULO

Sentiu um aperto no coração. Foi quando o vento soprou em sua face e algumas folhas caíram, ela se arrepiou toda. Por um instante pensou que Luna estava lá, depois disse para si mesma:
Não é possível, de onde eu tirei isso?! Acho melhor eu parar de ficar imaginando coisas.

Acendeu uma vela e depositou o buquê sobre o tumulo. Cochichou algumas coisas para Luna e retirou-se, muito emocionada.
Era uma tarde fria de fim de outono. Enquanto voltava para casa passaram em frente a uma escola de musica. Alice se interessou profundamente. Entrou na escola e se inscreveu. Suas aulas de guitarra começariam na semana seguinte.
Quando chegou em casa, Alice subiu ao seu quarto e foi rever algumas fotos que tinha com Luna e lembrava-se de todos os sonhos que tinham.
Luna sempre quis ser atriz e Alice sempre desejou ser cantora. Sempre planejavam de que quando ficassem famosas iriam rodar o mundo juntas, para conhecer os lugares que sempre sonharam e conhecer muitos gatinhos.
Desde que Luna havia morrido os pais de Alice nunca mais a deixaram sozinha com os empregados. Eles revezavam: uma semana de cada um estar em casa e passavam o domingo juntos, embora que Alice nem se importava pois já estava tão acostumada a ficar sempre sozinha. Nessa semana era seu pai que estava em casa.
Alice se dava melhor com o pai do que com a mãe. Quando Sandro, pai de Alice a viu disse:
---Oi minha gatinha, onde você estava?
---Oi papai, eu fui ao cemitério, hoje completou um ano que a Luna morreu daí eu fiz questão de ir lá.
---Por que você não me avisou que eu iria com você?
---Eu preferi ir sozinha!
---Está tudo bem?
---Sim, na medida do possível sim.

Alice estava se virando para subir as escadas para ir ao quarto quando disse:
---Papai, você poderia comprar uma guitarra e um violão pra mim?
---Hã?! Você quer uma guitarra e um violão?
---Quero sim!
---Como isso aconteceu? Disse ele assustado.
---Quando eu voltava do cemitério passei em frente a uma escola de musica, a “Music &Music” e me interessei pelas aulas. Tinha aula de violão, guitarra, teclado e bateria. Eu pretendo começar com violão Acho que a música será uma forma de superar essa dor.
Nesse momento, Sandro, pai de Alice sentiu-se inseguro e decidiu investiga-la.
---Você está me escondendo alguma coisa?
---Não, por que eu estaria?
Então Sandro a chamou de volta e levou-a ao porão da casa, um lugar até então desconhecido dela.
---Papai, o que é isso?
---Meu local de ensaio, disse um tanto envergonhado.
---Como assim? Você sempre odiou guitarras, baterias e agora você me mostra esse lugar em nossa casa com todos os instrumentos que você tanto odeia? Não estou entendendo!
---Filha, eu preciso confessar pra você que quando tinha 18 anos fui integrante de uma banda de rock.
Alice ria como se fosse alguma brincadeira.
---papai, para de tentar me enganar!
---espera um minutinho só que eu vou te provar.

Sandro entrou em uma espécie de quarto e quando reapareceu estava sem o terno e a gravata de costume; pelo contrário, estava vestido com uma calça de couro, uma camisa cinza bem larga e com uma faixa no cabelo. Seu cabelo estava arrepiado.
Quando Alice o viu quase rolou no chão, afinal sempre via o pai como um homem de classe, um homem requintado e de repente vê-lo daquela forma fez com que risse.
---E qual era o nome da sua banda?
---Blue Apple!!
Alice novamente teve um ataque de risos. Seu pai começou a ficar constrangido. Quando percebeu, Alice disse que rira porque tudo era muito novo pra ela. Ainda não conseguia acreditar que seu pai era um roqueiro e que do nada havia se tornado um homem clássico, de negócios.
---Como isso aconteceu?
---Isso o que?
---essa sua metamorfose. Ninguém deixa de ser roqueiro para se tornar um homem clássico por nada.
---É realmente não foi por acaso que isso aconteceu. Sente se ai novamente, vou te contar como tudo aconteceu. Eu tinha alguns amigos que tocavam instrumentos. Sempre andei com eles. Um dia um deles chegou em mim e disse que iriam formar uma banda e que estavam precisando de um guitarrista. Na época eu já sabia tocar guitarra e precisa melhorar minha técnica para solos mas ai eles me disseram que eu poderia entrar pra banda mesmo assim. Até ai tudo bem. Nós tínhamos um problema: meu pai era muito conservador e não me permitiria participar de uma banda, ainda mais de rock, ele sempre me viu no meio dos violoncelistas ou de alguma coisa relacionada a musica clássica. Eu ouvia as operas todas as noites, embora quase dormisse ouvindo. Então meus amigos fizeram uma reunião com seus pais para combinarmos que eles me ajudariam a participar da banda sem que meu pai soubesse. Traduzindo, eles me acobertaram. Por um tempo deu certo, mas quando a banda começou a fazer sucesso meu pai desconfiou o motivo de eu ter bastante trabalho da faculdade pra fazer sempre com os mesmos amigos e sempre à noite!!! Até que um dia ele resolveu me seguir e me descobriu em cima de um palco vestido dessa forma tocando rock. Ai ele me deixou de castigo, fiquei um ano sem sair de casa sozinho. Daí ele me levou pra aprender os negócios e nunca mais toquei nessa guitarra, mas fiz questão de montar meu “santuário” para quando desse saudade eu viesse aqui. Desde que você nasceu eu não tenho tido muito tempo de vim aqui, trabalho, viagens, tudo isso está me cansando!
---O que você pretende fazer?

domingo, 21 de março de 2010

Primeiro capítulo

The Butterflies Fly Again

Alice era uma garota com 15 anos. Morava em uma linda mansão. Seus pais moravam nos EUA, onde cuidavam de sua gigantesca empresa.
Alice era uma garota solitária. Não tinha amigos, não conversava com quase ninguém além dos empregados de sua mansão. Sua única amizade era a música. Tocava guitarra, baixo e piano.
Uma garota no seu estilo punk, revoltada com tudo e com todos.
Alice nunca ficou com os pais mais que três dias consecutivos. Eles sempre estavam trabalhando e quando vinham para o Brasil passavam pouco tempo com ela.
Sua mãe ainda se esforçava em conversar com ela e dar-lhe conselhos, mas Alice logo revidava que sabia se virar sozinha.
Certa vez em um desses diálogos:
--- Filha, você precisa se cuidar. Cuidar da sua aparência. Você parece uma... Disse Isabel, a mãe de Alice;
--- Uma mendiga? Respondeu Alice.
--- Eu não quis dizer isso.
--- Eu nunca precisei de você e nem dos seus conselhos. Ou melhor, eu precisei muito de você, mas você nunca esteve ao meu lado. Quando eu ainda tentava te ligar, seus assessores sempre diziam que você não podia me atender no momento porque estava em uma reunião importante ou porque estava em um SPA.
--- Isso não é justo filha. Se eu não atendia você era porque eu estava garantindo seu futuro. Disse a mãe.
---Acontece que a vida não se resume no futuro, mas ela também acontece no presente! Respondeu Alice.
---Você acha que estaria nessa casa se não fosse pelo trabalho duro que seu pai e eu temos? Você acha que estaria estudando nos melhores colégios, usufruindo do que a vida tem de melhor se não fosse isso?
---Eu trocaria tudo isso para ter a presença e o amor de você e do papai, disse Alice com lágrimas nos olhos.
Sua mãe se comoveu com a cena e simplesmente tentou abraçar a filha que a tratou com frieza.
--- Saia do meu quarto, por favor. Disse Alice
---Filha, eu me preocupo com você. Você sempre está sozinha, nunca namorou. Parece que você se importa mais com essa maldita guitarra e com esse teclado do que em viver a sua vida.
---Saia do meu quarto.
---Meu amor você tem que superar a morte da sua ami...
Isabel não conseguiu terminar de dizer a frase.
---Cala essa boca e sai do meu quarto. Alice confusa entre raiva e tristeza respondeu.
Empurrou sua mãe pra fora do quarto e fechou a porta com força, fazendo-se ouvir um barulho estrondoso.
Para o desespero de Isabel, Alice não saia mais do quarto. Não comia, não bebia e chorava o dia inteiro.
Alice não conseguia parar de pensar no incidente ocorrido com Luna há dois anos, sua melhor amiga.
Elas estavam caminhando de manhã pelas areias da praia quando foram abordadas por dois homens aparentemente bêbados e armados. Foram colocadas em um carro e levadas para um lugar distante. Os assaltantes imediatamente ligaram para a família de Alice e exigiam uma quantia de U$ 1.000 000,00 o mais rápido possível ou então violentariam e matariam as meninas.
Assim que receberam a ligação, os empregados da casa de Alice acionaram os pais, a policia e avisaram a família de Luna.
Os assaltantes marcaram um lugar próximo de onde estariam para se encontrarem e pegarem o dinheiro para daí dizerem onde estavam as meninas.
O prazo era até as 11h00min horas da manhã para que fosse pago o resgate ou então as matariam.
As 11h00min um dos assaltantes dirigiu-se ao local combinado sem saber que a polícia já havia descoberto e cercado a área onde estavam.
Enquanto o outro assaltante não voltava, o que tomava conta das meninas decidiu violenta-las. Ele agarrou Alice pelos braços e a mandou tirar a blusa. Luna partiu para cima dele fazendo com que ele a agarrasse. Luna mandou Alice fugir, mas ela se recusou e tentou ajudar a amiga também. Alice só não esperava que a assaltante pegasse sua arma e apontasse para ela. Nesse momento, Luna teve uma reação rápida: pulou na frente de Alice impedindo que a bala disparada por ele a acertasse, porém acabou levando o tiro. O homem fugiu deixando as duas sozinhas. A bala quase atravessou seu corpo e ela ainda teve tempo de dizer:
---Alice, você sempre foi minha melhor amiga. Eu te amo.
---Luna, obrigada por salvar minha vida. Você também foi minha melhor amiga. Eu também te amo. Vai ficar tudo bem, você vai ver. Alice disse isso ajoelhando-se ao lado de Luna e abraçando-a.
Alice tentava acalmar a amiga enquanto o sangue escorria do ferimento. A respiração de Luna se tornava pesada e cada vez menos freqüente. Foi quando Alice se deu conta de que a amiga estava morrendo. Segurou suas mãos e disse:
---Luna, você não vai morrer. Você prometeu ficar ao meu lado pra sempre.
Luna sorriu de leve, apenas com o canto da boca e meio que sussurrando disse:
---Eu sempre estarei com você, nos seus sonhos, nas nossas fotografias e nos nossos vídeos. Estarei por toda a parte. Eu te amo muito.
Ao dizer isso suas mãos se soltaram das mãos de Alice. Esta por sua vez começou desesperadamente a gritar:
---Luna, não vai agora, espera o socorro já está chegando, eles vão te salvar.
Ao dizer isso, percebeu que Luna já não respirava mais e notou no canto dos olhos dela uma lágrima.
Alice deu um ultimo grito:
---Lunaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. Começou a chorar desesperada e em seguida a policia e uma ambulância chegaram ao lugar onde estavam.
Levaram as duas imediatamente ao hospital. Alice estava aos prantos pedindo como estava Luna. Todos a sua volta choravam e quando os pais de Luna chegaram correram abraça-la. Ela por um segundo desfaleceu e foi carregada para se sentar.
Nesse dia os pais de Alice estavam vindo para o Brasil. Quando chegaram foram até o hospital. Alice estava deitada em uma cama e estava sendo amparada por uma de suas babás. Seus pais a abraçaram emocionados e pediram se estava tudo bem. Ela dizia que sim. O médico chegou a seguir.
---Ela já pode ir pra casa, mas não deve parar de tomar os remédios. Disse o médico.

Quinze minutos depois Alice já estava saindo do hospital. Foi direto pra casa, tomou um banho e foi até a casa de Luna. Subiu até o quarto da amiga, pegou algumas fotos e se sentou sobre sua cama. Olhava emocionada para as fotos.
Uma das empregadas da casa disse que o velório começaria em 1 hora. Dirigiu-se ao local. Lá chegando, se deparou com a imprensa toda querendo entrevista-la.
A notícia do momento era: “Filhas de milionários são sequestradas e uma das meninas é assassinada”.
Alice foi escoltada até a porta e de lá só saiu para o enterro. Milhares de pessoas foram ao velório. Luna era bem conhecida. Participava dos projetos sociais desenvolvidos por seus pais. Todas as pessoas que lá chegavam diziam:
---É uma pena que uma menina tão brilhante como essa tenha morrido dessa forma.

Durante o enterro Alice fez uma linda mensagem para Luna. A mensagem dizia:
“...Hoje um pedaço de mim está sendo enterrado junto com ela. Ela salvou a minha vida. Luna foi a melhor amiga que eu tive na minha vida. Sempre me consolava quando eu estava triste, me dizendo que amanhã sempre seria melhor que hoje. Sempre estava sorrindo, alegre e fazendo todos a sua volta se divertirem com seu jeito meigo.
Luna, você pode não estar mais fisicamente perto de mim, mas sempre estará cuidando de mim onde quer que eu vá. Como você mesmo me disse, por toda parte eu me lembrarei de você. A ultima coisa que você me disse foi que me amava. Eu também te amo. E te amo muito mesmo. Se coubesse a mim decidir se você viveria eu escolheria não te perder nunca, mas como não tenho esse poder tudo o que posso fazer é aceitar as coisas como são. Hoje o céu ganhou aquela que talvez seja a mais linda estrela que vai brilhar ao lado de todas as outras estrelas e a Terra está de luto. “Com amor, de sua melhor amiga Alice.”

Alice chorava muito enquanto tentava dizer esta mensagem. O caixão de Luna foi lacrado e depositado no fundo do buraco literalmente. Rosas foram atiradas lá dentro e o túmulo foi fechado. Era emoção demais para Alice, que não agüentou e desmaiou.
Quando acordou estava em seu quarto. A principio pensou que fosse apenas um terrível pesadelo, mas quando desceu para a sala de TV viu seus pais lá. Estes perguntaram se ela estava melhor e ela teve a certeza de que não foi apenas um pesadelo.

Foram tempos difíceis. Alice demorou muito pra conseguir se conformar com o fato de perdido a única melhor amiga que tivera em toda sua vida. No começo chorava muito. Não tinha mais motivo para viver. Foi quando ela descobriu seu dom para musica.
Já fazia quase um ano que Luna havia morrido. Desde então Alice mal saia de casa.

No dia em que em que completaria um ano da morte de Luna, Alice chamou seu motorista e ordenou que ele arrumasse o carro, pois iria sair.
Vestiu-se toda de preto. O luto ainda tomava todo seu ser e partiram em direção ao cemitério.
Quando passaram em frente a uma floricultura, Alice mandou que o carro fosse parado, desceu e comprou um lindo buquê de rosas brancas, as favoritas e Luna.
Lá chegando, enquanto dirigia-se ao tumulo de Luna sentia seu coração apertado. Nada se podia ver em seus olhos além dos seus óculos escuros.
Quando chegou ao túmulo e viu a foto da amiga sentiu que algo estranho estava acontecendo.

sábado, 20 de março de 2010

The Butterflies Fly Away-Sinopse


Sinopse: uma trágica morte mudou drasticamente a vida de Alice, uma garota rebelde e com todos os motivos para perder o gosto de viver e que descobre na musica a inspiração pra seguir em frente. Uma história de superação, romance e muita musica.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Boas vindas à mim!

Olá pessoal. Este aqui será o espaço onde colocarei as histórias em que eu escrever.
Começarei com a história: "The Butterflies Fly Away" que conta uma linda história de amor e superação por parte de Alice, uma garota que tem todos os motivos para desistir de viver.
Esperem que gostem.
Beijos.